Porto Alegre é demais!

Em nossa segunda aula passeamos pelo centro de Porto Alegre, sem a pressa cotidiana da nossa vida corrida e sempre com 'pouco tempo', o dia aliás foi sensacional e colaborou para nosso passeio-aula.
O centro de Porto Alegre possui um valioso patrimônio histórico acerca de seu desenvolvimento enquanto área urbana, e então nosso ponto de encontro foi a Praça da Alfândega. Iniciamos nossas discussões com os imigrantes açorianos desembarcando no porto, mas e será que serão esses os verdadeiros "primeiros colonizadores de POA"?

Talvez os índios que estão vendendo sua arte tenham um significado maior por trás disso, talvez porque já fossem eles os primeiros moradores de nossas terras?! Que loucura pensarmos isso não é?! Infelizmente, isso se deve muito ao fato de não termos registros, documentos e relatos dessa época. Abaixo coloquei um trecho retirado do blog da minha colega Cris Miglioranza e que achei fantástico para a contextualização da nossa discussão:

"Quando da chegada dos europeus, o território atual do Rio Grande do Sul era ocupado há mais de oito mil anos. Existiam, na época, três grupos indígenas principais na região, sendo os Guaranis (também chamados de tapes, arachanes e carijós) os mais numerosos. [...] Outro grupo importante que habitava o Rio Grande do Sul eram os povos ligados ao tronco linguístico Jê, os mais antigos da Banda Oriental, tendo iniciado suas migrações por volta do século II a.C. [...] São divididos em vários subgrupos, seguindo uma classificação que privilegia ora seu aspecto físico, ora suas denominações originais: coroados, botocudos, guaianás, caaguás, etc. Atualmente são conhecidos pela denominação Caingangues. [...] O grupo étnico menos numeroso era o dos Pampeanos, que ocupavam o sul e o sudoeste do Atual RS. Os subgrupos mais conhecidos são os minuanos e os charruas." (Fábio Kühn, Breve História do Rio Grande do Sul. 4. ed. Porto Alegre: Leitura XXI, p. 9-22).

Nossas discussões após permearam sobre o processo de urbanização e higienização da cidade ocorridos principalmente entre 1924 e 1928, para estas discussões tínhamos textos base para a aula, como por exemplo o artigo "Os primórdios do urbanismo moderno: Porto Alegre na administração de Otavio Rocha.", das autoras Souza e Damazio (1993). As autoras relatam os primeiros passos sobre a criação de um plano diretor de Porto Alegre, as principais obras, os principais conceitos de arquitetura, urbanismo e saneamento seguidos, e reforçam que todas as questões de urbanização e higienização na verdade não melhoram a condição de vida das pessoas, que estão em locais submetidos a revitalizações, pois as obras e, principalmente, as pessoas com maior poder aquisitivo juntamente com a especulação imobiliária, as expulsam para lugares periféricos, onde recomeçam a viver os mesmos problemas de saneamento, falta de infraestrutura.

Após aproveitei o tempo livre disponibilizado para turma ter liberdade para conhecer espaços próximos a Praça da Alfândega para ver as exposições no MARGS, Santander Cultural e Memorial do Rio Grande do Sul.

Referências:

BARROSO, Véra Lucia Maciel. Porto Alegre: funções e papéis de uma cidade polo. In: POSSAMAI, Zita Rosane (Org.). Leituras da Cidade. Porto Alegre: Evangraf, 2010. p. 17-35

VASCONCELLOS, Naira. Percursos culturais no Centro Histórico de Porto Alegre: visita ao MARGS. In: POSSAMAI, Zita Rosane (Org.). Leituras da Cidade. Porto Alegre: Evangraf, 2010. P. 163-167

SOUZA, Célia F.; DAMASIO, C. P. Os primórdios do urbanismo moderno: Porto Alegre na administração de Otavio Rocha. In: ROVATTI, J. & PANIZZI, W., Estudos urbanos: Porto Alegre e seu planejamento. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRG: Prefeitura Municipal de Porto Alegre, 1993. P. 133-145.

FRANCO, Sérgio da Costa. Guia histórico de Porto Alegre.  2. ed. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1992.

XAVIER, Luiz Merino d F. A cidade como livro didático: educação patrimonial no âmbito do Programa Monumenta Porto Alegre. In: POSSAMAI, Zita Rosane (Org.). Leituras da Cidade. Porto Alegre: Evangraf, 2010. P. 257-273